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Didaquê do Novo Mundo

1. Introdução

No ano do Quinquagésimo aniversário da Paróquia Sagrado Coração de Jesus de Taubaté - PSCJTaubaté, o presente texto apresenta um testemunho de vitórias e derrotas da caminhada do Povo de Deus, cumprindo a obrigação do leigo quando Deus lhe propõe na Celebração: “Demos graças ao Senhor nosso Deus”, e ele aceita e responde com sua boca:
Créditos Nina e Aurélio
“é nosso dever e nossa salvação”, aceitando o compromisso de cantar as maravilhas de Deus junto a Assembleia: “anunciarei teu nome aos meus irmãos, louvar-te-ei no meio da assembleia” (Sl 21, 23), buscando identificar luzes para a caminhada do Jubileu futuro.
Para isso, se considerou importante criar uma percepção do contexto atual da Paróquia, ao qual se fez necessários antes do testemunho propriamente dito, explicar alguns conceitos que é Palavra Viva de Deus, mas que estão mortos dentro de nós.

2. Do Testemunho pelo Espírito da Verdade

O Testemunho pelo Espírito da Verdade é aquele em que o texto escrito não relata o feito de um homem, por isso, não tem autoria humana, ou seja, quem escreveu o texto é uma ferramenta, como uma simples caneta nas mãos de Deus, porque o conteúdo do texto vem revelar as relações de amor entre Deus e seu Povo, ao invés de noticiar um fato de interesse apenas individual, como estamos acostumados, por exemplo, era cego e voltei a enxergar, estava no leito de morte e fui curado, era paralítico e voltei a andar pois, quando rompemos nossa relação com Deus, é muito mais fácil dizer levanta-te e anda, do que, teus pecados lhe são perdoados: “com efeito, o que é mais fácil dizer ‘Teus pecados são perdoados’, ou, ‘Levanta-te e anda’? (Mt 9,5).

O Espírito da Verdade se faz imprescindível para a relação entre Deus e o homem, pois, Deus sendo Pai, tem o Conselho, e o homem sendo filho, tem a Prudência, sem isso, o homem perde a comunhão com Deus, pois deixa de honrar seu Pai e sua Mãe.

Uma vez em que o homem está em comunhão com Deus, ele aceita a Verdade, do elogios nas vitórias com Deus, e, também, as admoestações à correção das derrotas quando perde sua comunhão com Deus.

2. A comunhão com Deus é a Interação da Palavra, que quer dizer Partilha do Pão.

Quando se fala de Conselho e Prudência,  se diz que é uma Amizade entre Deus e o homem, que se alimenta por um processo relacional que produz a comunhão da Amizade, ou seja, eu e Deus somos um, pois, comungamos os mesmos valores na construção do mesmo projeto, que, na linguagem dos tempos modernos, podemos dizer que constituímos uma empresa, formamos uma sociedade ilimitada.

A comunhão é o que resultou do processo relacional, significando que houve comunicação. Assim, podemos dizer que há comunicação quando há um Conselho (Palavra), em uma língua comum entre os amigos, ou seja, compreensível (Espírito da Verdade) que, ao alcançar o destino (Prudência), produz uma reação, que na linguagem moderna é chamada de interação, e, na linguagem Bíblica Frutos da Palavra.

Por exemplo, se eu posto no Facebook, uma linda foto de smoking que tirei na frente do espelho do hall de entrada do baile de formatura, ou, aquele lindo vestido que tirei na frente do espelho do banheiro quando estava na balada, eu iniciei o processo de comunicação enviando uma palavra, por sua vez, os meus amigos do outro lado, têm uma linguagem compreensível, pois, vão me reconhecer, se eles colocam um coraçãozinho lá, nosso coração se alegra, produziu fruto, se ninguém curte, ficamos tristes pois, nossa mensagem não teve interação.

A Palavra de Deus só produz Frutos, se houver interação, não havendo comunhão através de Mídia, pois, a mídia é processo de comunicação que não há comunhão porque ela é monóloga, isto quer dizer que só um fala e ninguém interage, apenas, passivamente, só ouvem o falador.

Por exemplo, a televisão é uma mídia, pois ela envia a mensagem, mas não há uma canal de reação do espectador, o livro também é uma mídia, envia uma mensagem, mas o leitor não pode interagir com ele, o DVD é uma mídia, pois ele emite o seu conteúdo de áudio, vídeo e texto (multimídia), mas não permite reação do destinatário, assim, todas as vezes que apenas um fala, ocorre o processo monólogo, sem interação, portanto, sem comunhão, pois, só há informação.

Diferente dos Blogs, do Facebook, do Whatsapp, pois, emite-se a mensagem, e permite-se uma reação, uma interação, deixando o conteúdo de ser informação, para se produzir o conhecimento, pela comunhão, portanto, essas ferramentas são chamadas de redes sociais e jamais, mídias sociais porque a mídia é só informação, não contém reação.

Dentro da Celebração Eucarística a comunhão se dá portanto, pelo Conselho de Deus “Demos graças ao Senhor nosso Deus”, e o homem com a Prudência manifesta o seu compromisso: “é nosso dever e nossa salvação”.

3. O Testemunho das Vitórias da Paróquia Sagrado Coração de Jesus

Uma vez apresentado os elementos que compõem o entendimento do Testemunho Paroquial em seu jubileu, ao qual, sua leitura é imprescindível para o entendimento da ação de Deus na história da Comunidade será apresentado um flash de caminheiros marchantes, dos períodos entre a virada do milênio 2000 até os tempos presentes.

3.1 As vitórias da Comunidade

Iniciamos o período de 2000 com uma nova proposta de comunhão (evangelização), ao qual, nos embriagávamos com a Palavra “Rejubila”, criando entre nós, momentos profundos de interações através de encontros de partilha, momentos de alegrias nas festas populares, como os retiros de carnaval.

O início dessa caminhada chegou ao ápice com um profundo avanço na Estrada de Deus,
Cŕeditos SINE-SJC
ou seja, a caminhada para os anos seguintes na comunicação permanente da amizade entre Deus e Comunidade em uma proposta chamada de Sistema Integral de Nova Evangelização – SINE.

Através dessa experiência a interação de amizade entre o Conselho e a Prudência foi intenso, ao ponto de mover cada um de seus amigos, isto é, toda a Comunidade, a visitar cada família, sendo a Ela proibido, deixar de passar o Amor de Deus (Querigma) a alguém que não estivesse na casa no momento da visita, importando em tantas visitas se fizessem necessárias.

Diante do compromisso do dever dar Graças, não se conformava em deixar esfriar o Amor de Deus, logo saia, para acolher aqueles que tinham vivenciados experiências de línguas de fogo que faziam arder seus corações e formaram Comunidades Vivas.

3.2 Das derrotas da Comunidade: a queda

A Comunidade a exemplo dos tempos antigos, progrediu muito, viveu na amizade com Deus, se alegrou, se tornou Palavra Viva, contudo, o SINE, trazia em si, a marca de Adão, ou seja, pois, enquanto Deus pede a interação, o homem deseja a informação, a mídia, pois está cheia da mesma vaidade que produziu a queda de Adão e Eva.

Assim, do que era Comunidades Vivas, o SINE passou a ser um complexo projeto extremamente pesado pela burocracia, ou, seja, passou-se a cumprir ritos informativos, de formação, de pregação, de documentação, revestindo-se a imagem do pai autoritário que grita para o filho “obediência, obediência, obediência”, ao passo que no projeto de Deus, ele sussurra “penitência, penitência, penitência” pelo grito do Anjo de Fátima em Portugal, que quer dizer, volta-te (responda), volta-te (responda), volta-te (responda), que na linguagem Bíblica quer dizer “Convertei-vos”.

O testemunho que se evidencia nesse fato da Comunidade optar pela midiação (monólogo informativo), ao invés da mediação (diálogo interativo), demonstra o retrato falimentar da Igreja como um todo, isto é, de todas as Igrejas do Mundo que professam Deus, pois, não praticam (mediação), apenas pregam (midiação), não se tratando por isso a Comunhão, de um jogo das palavras informação, ou, conhecimento, mas, de se completar o sentido da Partilha do Pão, da Comunhão Real, ou seja, quando há a interação, resposta, comunhão, comungamos, quando há a informação não, todos permanecem em casulos sem propagação da realidade da Palavra.

Assim, falando do Testemunho do Sagrado Coração de Jesus, que é a Igreja Católica, a Comunhão Eucarística não é o comer a Hóstia, isto equivale a dar a informação, ser mídia, mas sim, partilhar a experiência de cada um, no altar com a Comunidade, ou seja, reagindo a mensagem de Deus pela prática da Palavra, trazendo as vitórias e a realidades, isto é, apresentando os Frutos da Palavras, que produz nova Vida na Comunidade permitindo que ela possa crescer como Reino de Deus, ao passo que a informação vai prendê-la em um universo morto, sem sentido, como se a Palavra de Deus fosse antiga, de 2000 anos atrás, diferente da realidade presente.

Assim, nas Celebrações Dominicais não se tem a prática da Palavra, não sem tem o Demos Graças ao Senhor nosso Deus, se tem a informação da Palavra, e com isso não cumprimos “É nosso dever e nossa Salvação”.

Celebramos pois, uma palavra fictícia, imaginária, abstrata, e não a Palavra Praticada, a imitação do Cristo, pois, grande parte do rito missal é monólogo, a exemplo do que se falou no curso diocesano de formação de músicos, de que o Concílio Vaticano II, ainda não é aplicado, não foi atualizado, estamos da mesma forma, pregando de costas para os irmãos em uma língua que ninguém entende.

Assim, os grupos se preocupam em pregar seus monólogos (mídias), sem o contexto imitado de Cristo, os cantores se preocupam em cantar seus dons musicais (mídias), sem experimentar a poesia da música e a interação com a Assembleia, os Sacerdotes se preocupam em pregar homilias (mídia) sem dar qualquer importância para uma reação da Assembleia como testemunho na imitação do Cristo, e a Assembleia, como assumiu a sua passividades (midia), pouco reage (interação fria) aos pedidos de respostas, pois o fazem sem ter o sentido.

Sem uma imitação da Palavra, os ritos dos missais nas celebrações, se tornam midiáticos, pois, só falam (informam), e não há mediação, não praticam (Frutos da Palavra), e tudo ao invés de ser uma Celebração Viva, se torna uma celebração burocrática, cujas ações não têm vida, mas são feitas apenas para cumprir os protocolos sistemáticos.

Sim, pois a queda da Comunidade na experiência do SINE está expressa no próprio nome do projeto Sistema Integral de Nova Evangelização, ou seja, Sistemático, Monólogo, Burocrático, quando deveria se chamar Evangelização Sistêmica, pois, essa abraça a realidade pela prática da Vida e produz frutos, e não pelo discurso da promessa que fica só na promessa.

Assim, ao invés da Partilha do Pão, se tem a mídia, pois, nos costumes modernos, quem está na mídia é o cara, e quem está quebrando cimento é o trouxa que serve os pregadores midiáticos confirmando o velho ditado que diz: “quem sabe faz, quem não sabe ensina”.

4. Conclusão
Deste testemunho, a Palavra de Deus permanece entre nós, como o Maná caindo do Céu, e, como cegos, não interagimos, permanecemos isolados em um mundo frio pela falta de interação, apagado pela faísca que não encandece, passando sede e fome quando o pão está ao nosso lado, por isso ela grita a nós, Voltai-vos, ou, convertei-vos, ou, interagi-vos.

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