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Mostrando postagens de agosto, 2017

O difícil caminho da verdade

Como é difícil receber a Palavra, pois no mundo ela parece mais objeto de vergonha para o homem. Melhor parece adorar as imagens, isto é, aquilo que o homem consegue ver, como mariposas atraídas pela luz. Quando alguém se atreve a falar de Deus logo é desprezado, é visto com cautela, à parte, quando escutado é pelo sussuro para não se chamar a atenção dos críticos , parecendo que a Palavra de Deus não deva ser exposta em público, gerando discussões por aqueles hipócritas presos pela imagem do dinheiro, do poder, do ter , mas distante da Palavra de Deus pergunta m : por que temos de nos submetermos a um crucifíxo no alto das salas públicas? Na verdade não suportam a Verdade, e gritam, abaixo a imagem para se esconderem do Amor. A verdade é que temos vergonha da Palavra de Deus, a final, quem se arrisca a sair pelas ruas pregando o Reino de Amor? É loucura, ou, exótico, ou, esquisíto...então dizemos: prefiro ficar na minha, no meu casulo, que cada um descubra Deus por

A loucura não segue a lógica

Quem deu ouvidos à Sabedoria? “ De fato, quem conheceu o pensamento do Senhor? (Rm 11,34). Ela parece imperceptível, coisa desprezível que não chama a atenção, ninguém faz conta dela, melhor não será confiar na própria administração? Diante da insegurança do acaso, não seria melhor estar tranquilho com o próprio plano de vida? O homem se entrega às condições que lhe prometem segurança sem se apegar a Sabedoria , a final, a lógica afirma que não é possível se mudar o curso da história fora das engenharias, dos poderes e das dominações que a desenham. O homem sob a lógica parece dominar o destino diante da ilusão de que ele administra o mundo e a Sabedoria : “ d e longe reconhece os orgulhosos” (Sl 137,6b) , dessa forma, ele administra a própria sorte cheio de espert eza , crendo esta r em suas mãos, o domínio e a realeza. É inconcebível aos olhos humanos confiar na mudança divina, acreditar em um projeto de amor que não está nas mãos da lógica, p ois, é apenas um fato d

Uma eterna amizade

Pensar em Maria e pensar na nova Eva, e, para se entender isso, é preciso compreender a aliança de amizade entre Deus e o homem. Um dia Abrahão, com sua fé e amizade com Deus, construiu um clã que se chamou Israel, que também se tornou o povo de Deus, cujos herdeiros são aqueles que trazem em seu íntimo essa amizade com Deus, sustentada pela fé. Esses herdeiros não são reconhecidos por traços de personalidades com características de benevolência ou caridade, ainda que o tenham, mas, o selo de herdeiros de Abrahão se reconhece pela doce e profunda graça de alimentar em si, a verdadeira amizade com Deus, de forma que o homem se entrega totalmente aos braços de Deus pela fé, pois, ao se entregar, não contesta, não reclama, não se escandaliza, não se revolta, mas, guarda em si seu grande amor ao seu Senhor permanecendo em uma ligação contínua, uma comunhão que o move numa íntima caminhada. Abrahão cativou a graça do Senhor, e o Senhor o amou numa amizade tão profunda,

Sentimentos e sentidos

O olhar com o coração não é um visão aparente mas, a experiência dos sentidos que envolve o ser. Tudo é sentimento, tudo é simbolizado como uma fotografia no acervo da memória de longa duração. Por isso, não precisa ser algo explícito, mas implícito. Não precisa ser evidente mas apenas aparente ou, mesmo, obscuro, talvez por isso, as maiores experiências entre o homem e Deus se dão na escuridão: “Naqueles dias, ao chegar a Horeb, o monte de Deus, o profeta Elias, entrou numa gruta, onde passou a noite. E eis que a palavra do Senhor lhe foi dirigida” (Rs 19,9a), ou mesmo, quando faz uma simples oração, ele fecha os olhos. As alturas da grandeza da santidade de Deus não permitem ao homem uma visão explícita Dele, mas, uma contemplação através da sua Graça, para que ele não veja apenas com dois olhos, mas sob a Verdade, com tudo o que é sentido que habita o ser, com se tivesse olhos por dentro e por fora, pois quando isso acontece a Verdade se revela em todos os sentidos.

A transcendência da amizade

Acreditar em Deus é acreditar no que não se vê, pois a bondade, justiça e amor se revela pela glória e não pelos olhos : “ c ontinuei insistindo na visão noturna” (Dn 7,13a); “e eis que, entre as nuvens do céu, vinha um como filho de homem” (Dn 7,13b), e, acreditar no que não se vê, são dois passos que concentra m em uma perna a fé, e na outra, a coragem, pois, na caminhada do crescimento de nossa vida, muitas vezes temos fé, mas, junto com ela temos medo: “ E da nuvem uma voz dizia: 'Este é o meu Filho amado, no qual eu pus todo meu agrado. Escutai-o!' Quando ouviram isto, os discípulos ficaram muito assustados e caíram com o rosto em terra” (Mt 13, 5b-6) . Na perna da fé, está o ânimo, a determinação, na perna da coragem, a decisão, a realização . E, um exemplo disso, que é trazido com sabedoria para os homens, é o de Abrahão, apresentado aos cristãos como o Pai da Fé, ou Pai daqueles que acreditam (Rm 4,11b). Mas, ao se falar de Abrahão, não se tem como prop