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Navegar é preciso


A passagem por essa vida se dá por uma longa via escura, em que ninguém tem em suas mãos o seu próprio destino. Ela é trabalhosa e misteriosa, e exige o esforço do homem, que luta diariamente, todos os dias de sua vida, para atravessar essa via: "do trabalho de tuas mãos hás de viver" (Sl 127, 2).
Pelos caminhos dessa árdua via, o homem sente medo e solidão, então é convidado, com uma mulher a compartilhar sua vida: Ela vale muito mais do que as jóias" (Pr 31,10) e, com outros amigos, a compartilhar suas experiências de vida, para assim, já não mais sozinho, de mãos dadas, seguir na escuridão o curso de seu destino, dominando a incerteza, superando a desesperança e encontrando o caminho que desenha a sua passagem por essa terra .
São muitas as vias errantes em meio à escuridão: "mas vós, meus irmãos, não estais nas trevas, de modo que esse dia vos surpreenda como um ladrão" (1Ts 5,4), mas aquela que compartilha sua vida com ele, a companheira do seu lar, firme como uma âncora: "a tua esposa é uma videira bem fecunda no coração da tua casa" (Sl 127,3), não deixa o barco zarpar em meio as tempestades, ela inspira a coragem em meio as tribulações, cria a força no coração do homem amparando suas desilusões, e lhe traz a confiança de que tudo dará certo.
Também ao seu lado, seus bons amigos compartilham suas luzes, assim como, lhe pedem sua luz: "todos vós sois filhos da luz e filhos do dia. Não somos da noite, nem das trevas" (1Ts 5,5), e juntos, são capazes de atravessar essa passagem, descobrindo o caminho em meios as turbulências da tempestade, na longa noite de escuridão.
Pobre daquele que vencido por seu medo, isola-se em seu egoísmo: "fiquei com medo e escondi o teu talento no chão "(Mt 25,25), e, crendo que verá a escuridão passar, entrega-se aos ventos que o carrega para os precipícios.
Saber que o caminho é trabalhoso e não desanimar, saber que os desafios são assustadores e não recuar, saber que no profundo da escuridão, há uma luz a lhe amparar, e, na força do coração que não fica a esperar, mas caminha na direção da vida, rompendo a própria vida.


Liturgia do 33º Domingo do Tempo Comum - Ano A


Canto de Entrada: Te amarei. D.R.
Canto de Aclamação: É preciso vigiar e ficar de prontidão. Cecília Vaz Castilho
Apresentação de Oferendas: As sementes que me deste. José A. Santana
Comunhão: Na mesa sagrada. D.R.
Final: Mãe, Mãe, Mãe, D.R.

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