Introdução
Considerando o afastamento da Ciência de Deus como Verdade, esse novo Reino, chamando a si o conhecimento da verdade racional, na iluminação do homem, iniciou em 1715, um Reino, como se os olhos do homem se abrissem, como visto em Adão e Eva quando comeram da Árvore da Ciência (Gn 3,7), e, enganados pela serpente, acreditaram serem deuses, chamando de iluminismo, de iluminação, ou luzes, “Jerônimo traduziu o substantivo hebraico hêlêl, "brilhante", pelo latim lucifer, derivado de lux, lucis, "luz" e fero, de ferre, "trazer", ou seja, "aquele que traz a luz" (BUENO apud VAILATTI, 2014, p. 116).
Os olhos dos homens brilharam, e enganados como dotado de poderes, maravilhados com sua vaidade e cobiça intelectual, rejeitaram as criações de Deus, o natural, e passaram a aceitar somente o poder de sua própria força, na criação própria de si, o artificial:
Este
trabalho é dedicado a Greta Thumberg, pois, foi a partir da frase de
seu discurso na ONU quando disse que “se vivemos uma crise de
sustentabilidade, devemos tratá-la como crise, criando-se comitês
de crises” e, ainda, no mesmo
discurso, quando disse que não devemos temer nos tornarmos
impopulares por falarmos o que se deve ser dito, é
que ele foi produzido.
A
partir da reflexão dessas
frases,
o presente trabalho buscou criar uma percepção da realidade
presente a fim de se desenvolver
subsídios para a criação das
estratégias para a crise de sustentabilidade, e, diante da gravidade
sustentável que o mundo se encontra em
que testemunhamos a extinção
em massa de espécies terrestres,
marítimas, e
do ar, comprometimento de
ambiente, e, risco iminente da extinção dos ambientes estruturais
que sustentam a vida terrestre
como as geleiras e mares, para a compreensão dessa percepção, se
tornou necessário unir a ciência e fé para desenvolver um um
pensamento sensato, diante das
razões insanas da Ciência centrada no homem que traz uma lógica
cega.
Percepção
do ambiente real
Para
compreendermos o ambiente ao nosso redor, começamos a reconhecer a
época em que vivemos, chamada como a quarta divisão histórica, de
Idade Contemporânea.
O
início da idade contemporânea é chamado de iluminismo cuja
origem se data de 1715, um novo
reino se estabeleceu,
ou, o quarto
reino da história, a Época
Contemporânea: “o
iluminismo, também conhecido como século das luzes e ilustração,
foi um movimento
intelectual e filosófico que dominou o mundo das ideias na Europa
durante o século XVIII, ‘O Século da Filosofia’"[1]
A principal característica trazida nesse período e a substituição da Sabedoria pelo conhecimento humano, rejeitando a presença de Deus na história da humanidade, e atribuindo a razão para a formação da verdade a partir das metodologias humanas “uma vez que nosso conhecimento está uniformemente fundado em observações, a direção de nossos interesses espirituais deve ser entregue ao poder da ciência positiva” (COMTE apud ISKANDAR & LEAL, 2002, p. 90).
A principal característica trazida nesse período e a substituição da Sabedoria pelo conhecimento humano, rejeitando a presença de Deus na história da humanidade, e atribuindo a razão para a formação da verdade a partir das metodologias humanas “uma vez que nosso conhecimento está uniformemente fundado em observações, a direção de nossos interesses espirituais deve ser entregue ao poder da ciência positiva” (COMTE apud ISKANDAR & LEAL, 2002, p. 90).
Considerando o afastamento da Ciência de Deus como Verdade, esse novo Reino, chamando a si o conhecimento da verdade racional, na iluminação do homem, iniciou em 1715, um Reino, como se os olhos do homem se abrissem, como visto em Adão e Eva quando comeram da Árvore da Ciência (Gn 3,7), e, enganados pela serpente, acreditaram serem deuses, chamando de iluminismo, de iluminação, ou luzes, “Jerônimo traduziu o substantivo hebraico hêlêl, "brilhante", pelo latim lucifer, derivado de lux, lucis, "luz" e fero, de ferre, "trazer", ou seja, "aquele que traz a luz" (BUENO apud VAILATTI, 2014, p. 116).
Os olhos dos homens brilharam, e enganados como dotado de poderes, maravilhados com sua vaidade e cobiça intelectual, rejeitaram as criações de Deus, o natural, e passaram a aceitar somente o poder de sua própria força, na criação própria de si, o artificial:
A razão, segundo o autor anônimo do verbete correspondente na Encyclopédie, compreenderia as verdades obtidas pela mente humana sem o auxílio da fé. As verdades eternas seriam aquelas de conteúdo lógico, geométrico ou metafísico, não podendo se admitir o oposto sem cair em contradição. As verdades positivas compreenderiam as leis da natureza definidas por Deus e apreendidas pela experiência ou por meio de raciocínios a priori. Já no verbete philosophe, o gramático Dumarsais explica que o termo designa aqueles que buscam a verdade das coisas e se rendem à razão, formando seus princípios a partir da observação repetida e acurada das coisas, interessados, além disso, nos assuntos da sociedade. “O filósofo [...] age somente após reflexão. Ele caminha na noite, mas precedido de um archote”(Encyclopédie, ‘Raison’, v. XIII, 1765, p. 773-774;‘Philosophe’, v. XII, 1765, p. 509-511) (ARTHMAR, S/D, p. 3).
E
esse Reino cujo predomínio é a razão do homem, sem a interferência
de Deus, se revela nos dias atuais como a Era Antropoceno, ou seja,
o poder do homem como deus, capaz de mudar um planeta:
O surgimento do conceito do Antropoceno tem sido amplamente discutido na literatura. O termo foi usado pela primeira vez pelo biólogo Eugene F. Stoemer na década de 1980, mas só foi formalizado em 2000, numa publicação conjunta com o Prêmio Nobel de Química, Paul Crutzen, na Newsletter do International Geosphere-Biosphere Programme (IGBP) do mês de maio. Nessa comunicação, os autores propõem o uso do termo Antropoceno para a época geológica atual, para enfatizar o papel central do homem na geologia e ecologia (grifo nosso), e o início dessa época nos finais do século XVIII, que coincide com o aumento nas concentrações de CO2 e CH4, e, também, com a invenção da máquina a vapor, em 1784, por James Watt (SILVA e ARBILA, 2018).
Esse
termo vem a tona nos dias atuais, devido a gravidade do
comprometimento do equilíbrio sustentável do planeta: “Uma
característica marcante desse novo estágio na história da Terra
seria a presença cada vez mais abundante de um sedimento
artificial (grifo nosso) formado por lama e areia
misturadas com grãos de materiais sintéticos, em especial o
plástico, vindos do lixo produzido pelo ser humano” (ZOLNERKEVIC,
2016, p. 53).
A
Terra está sendo pisada pelo homem:
Segundo o Quinto Relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) de Março de 2014, durante o Século 21 os impactos das mudanças climáticas deverão reduzir o crescimento econômico, tornar mais difícil a redução da pobreza, agravar a insegurança alimentar e criar novas “armadilhas” de pobreza, principalmente em áreas urbanas e regiões castigadas pela fome. Um aumento maior na temperatura do Planeta acarretará danos consideráveis à economia mundial. As populações mais pobres serão as mais afetadas, pois a intensificação dos eventos climáticos extremos, dos processos de desertificação e de perdas de áreas agricultáveis levará à escassez de alimentos e de oferta de água potável, à disseminação de doenças e a prejuízos na infraestrutura econômica e social.
A concentração de gases que produzem o Efeito Estufa na atmosfera atingiu seus níveis mais elevados desde 800 mil anos, o que dá uma ideia do impacto atual na biosfera. Segundo os cientistas do IPCC, as mudanças climáticas trariam impactos graves, extensos e irreversíveis, se não forem “controladas”, o que supõe medidas impositivas e obrigatórias como as que foram adotadas no Acordo sobre o clima, discutido em Paris em Dezembro de 2015 e ratificado em Abril último com a sua entrada em, vigor no dia 4 deste mês (Novembro) (CENTRO DE CIÊNCIA DO SISTEMA TERRESTRE/INPE, 2016).
E
diante dessa perplexidade que torna atônita toda a humanidade, Deus
se revelou presente na história, e para, para que fosse reconhecido,
deixou registrado esse momento no Livro de Daniel, referindo-se a
essa Era da seguinte forma:
Enfim, quando contemplava estas visões noturnas, divisei um quarto animal, horroroso, aterrador e de uma força excepcional. Tinha enormes dentes de ferro; devorava, depois fazia em pedaços e o resto calcava-o aos pés. Era diferente dos animais anteriores, pois tinha dez chifres.O quarto animal será um quarto reino terrestre, que será diferente de todos os reinos, devorará o mundo, o calcará e o reduzirá a pó (7,7.23).
Aqui
se apresenta o sentido do comitê de crise dito por Greta Thumberg,
porque estamos diante do risco real da extinção da raça humana, e
no entanto, preferimos ficar distraídos com a propaganda política e
econômica no seu discurso de que o mundo precisa ser feliz, comprar,
curtir, como se a felicidade estivesse a um passo de sua realização,
e para mostrar-nos essa ilusão, Deus nos revelou isso antes para que
agora, vivendo essa realidade, crêssemos:
Como sei que sois um povo obstinado, que a vossa cerviz é como um tendão de ferro e a vossa cabeça dura como bronze, predisse-vos os acontecimentos com muita antecedência. Informei-vos antes que acontecesse(grifamos), para que não dissésseis: «Foi o meu ídolo que fez isso, foi o meu deus de madeira ou de bronze que o ordenou.» Do que Eu predisse vedes a realização. Não o quereis atestar (Is 48,4-6)?
A
loucura dos raciocínios errantes, levando-nos para o cativeiro sem
nos darmos conta que teremos de enfrentar situações inóspitas,
duras e difíceis, ao invés disso, fugimos, nos escondemos e não
queremos admitir que ficaremos sem a nossa zona de conforto, cujo
consolo de Deus e dado na sua Palavra:
Tomai cuidado para que vossos corações não fiquem insensíveis por causa da gula, da embriaguez e das preocupações da vida, e esse dia não caia de repente sobre vós; pois esse dia cairá como uma armadilha sobre todos os habitantes de toda a terra (grifo nosso). Portanto, ficai atentos e orai a todo momento, a fim de terdes força para escapar de tudo o que deve acontecer e para ficardes em pé diante do Filho do Homem” (Lc 21, 34-36).
O
homem ao ser enganado, ao acreditar estar no caminho da felicidade
por sua própria razão, acomodou-se, e na sua indiferença, não se
importa com nada que acontece ao seu redor, mesmo que isso,
signifique a própria morte.
Conclusão
Após
essas reflexões espera-se que esse trabalho tenha alcançado o seu
resultado esperado, permitindo se criar uma percepção do ambiente
real em que vivemos e suas consequências, a partir da razão humana
e rejeição de Deus, e, também, sobre a época da história em que
nos localizamos dentro do Livro da Vida para que, uma vez “atentos”,
possamos criar forças para ficar de pé diante diante de tanta
indiferença, violência, destruição e morte.
Quanto
ao contexto de Deus presente na história, nesse trabalho, a sua
escatologia embora pareça ter um cunho apocalíptico, ela visa
trazer
a
certeza de que Deus não esquece o seu povo, e,
vem lembrar a aliança de Deus com o homem, como
proclamado na responsório do Salmo 104, da
quinta-feira da
quinta semana da quaresma,
11 de abril de 2019 : “O
Senhor se lembra sempre da Aliança!” e
nos revela
o seu amor para esses tempos na Palavra do
Benedictus
de Zacarias.
- Conforme prometeu pela boca dos seus santos, os profetas dos tempos antigos; para nos libertar dos nossos inimigos e das mãos de todos os que nos odeiam, para mostrar a sua misericórdia a favor dos nossos pais, recordando a sua sagrada aliança; e o juramento que fizera a Abraão, nosso pai, que nos havia de conceder esta graça: de o servirmos um dia, sem temor, livres das mãos dos nossos inimigos (Lc 1, 70-75).
E
também no Cântico de Maria: “A minha alma glorifica o Senhor e
o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador. Acolheu a Israel,
seu servo, lembrado da sua misericórdia, como tinha prometido a
nossos pais, a Abraão e à sua descendência, para sempre“ (Lc
1, 46-47.54-55) .
A
graça está diante de nós, e ainda assim, não abrimos os nossos
olhos para o real, preferimos o virtual, o artificial.
Os
Cânticos de Maria e Zacarias, nos trazem nesta Pascoa, a certeza de
que ao a Palavra fiel gravada para nós há mais de 2000 anos, que
realmente Deus ama o seu povo, e já nos guarda em seu coração
desde que é Deus.
E
nestes tempos de cativeiro, basta que tenhamos a confiança em sua
amizade, que ele sempre se lembrará de sua Aliança conosco.
Tenha
coragem, não perturbe o vosso coração ". Credes em Deus,
crede também em mim" (Jo 14,1).
Notas:
[1]
O iluminismo. In Wikipedia Disponível em
<https://pt.wikipedia.org/wiki/Iluminismo>.
Acesso em 14 abr. 2019.
Referências:
ARTHMAR,
Rogério. Voltaire e a visão iluminista do progresso. Disponível em
<http://www.apec.unesc.net/VI_EEC/sessoes_tematicas/Tema4-Historia%20Economica/Artigo-4-Autoria.pdf>.
Acesso em 14 abr. 2018.
CENTRO
DE CIÊNCIAS DO SISTEMA TERRESTRE – INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS
ESPACIAIS. Antropoceno: uma nova era. Disponível em
<http://www.ccst.inpe.br/antropoceno-uma-nova-era/>.
Acesso em 17 abr. 2019.
INSKANDAR
Jamil Ibrahim. LEAL, Maria Rute. Sobre positivismo e educação
In.Revista Diálogo Educacional, Curitiba, v. 3, n.7, p. 89-94,
set./dez. 2002. Disponível em
<http://www2.pucpr.br/reol/index.php/DIALOGO?dd1=654&dd99=pdf>.
Acesso em 17 mar. 2015.
SILVA,
Clayton M. da; ARBILA, Graciela. Antropoceno:
Os desafios
de um novo
mundo.
In Revista Virtual de
Química, Universidade Federal do Rio de Janeiro e Veiga de Almeida,
Volume 10, nº XX, 2018.
<http://rvq.sbq.org.br/imagebank/pdf/ArbillaNoPrelo.pdf>.
Acesso em 17 abr. 2019.
VAILATTI,
Carlos Augusto. O rei da Babilônia e o rei de Tiro: uma análise de
Isaías 14:12-15 e Ezequiel 28:11-19 - The king of Babylon
and the king of Tyre: An Analysis of Isaiah 14:12-15
and Ezekiel 28:11-19. In Revista
Vértices nº.
16 (2014) Departamento de Letras Orientais da Faculdade de Filosofia,
Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, p.
107-138). Disponível em
<http://revistas.fflch.usp.br/vertices/article/download/2112/2075>.
Acesso em 14 abri. 2019.
ZOLNERKEVIC,
Igor. A era humana: material
plástico acumulado no fundo dos oceanos pode definir um novo período
na história da Terra, o Antropoceno
1O
iluminismo. In Wikipedia Disponível em
<https://pt.wikipedia.org/wiki/Iluminismo>.
Acesso em 14 abr. 2019.
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