Missa
do Santo Crisma
Na
caminhada da vida, o mundo optou por seguir seu próprio parecer, e,
por isso, sofre as consequências de seu coração perverso pois,
em seus
frutos,
abundou a
morte do
meio ambiente, com
a extinção
de espécies e a
morte
do próprio homem,
além
disso, abundou também, a
violência, a escravidão, a injustiça, a
exploração.
Um
reino
em que o choro do inocente é
abafado pela
opressão e,
seguir a Verdade, é para loucos que sonham com uma utopia, a utopia
na
voz solitária daqueles que
se
ridicularizam, porque seguem a promessa de reino do Amor, do respeito
ao próximo, do respeito as outras criaturas, do respeito à
natureza, carregam
em si um dom:
“o
Espírito
do Senhor Deus está sobre mim, porque o Senhor me ungiu” (Is
61,1).
Loucos
de amor, crêem que nisso
tudo está a Verdade, pois a Verdade é o amor encandecido nas suas
almas pelo soberano deste Reino, por seu Senhor, e, por isso,
renunciam ao seu próprio parecer: “cantarei
para sempre o amor do
Senhor,
anunciarei de geração em geração a tua fidelidade” (Sl
88, 2), para
cegamente,
amar uma promessa de amor: “Eu os
recompensarei por suas obras segundo a verdade, e farei com eles uma
aliança perpétua (Is
61, 8), que os movem
a se
entregarem ao amor, e do próprio amor fazerem o alimento de suas
vidas, lembrando
a fidelidade de Davi, e gerando pelo mesmo amor, o selo da herança
de Abrahão: “Sua descendência
será conhecida entre as nações, e seus filhos se fixarão no meio
dos povos; quem os vir há de reconhecê-los como descendentes
abençoados por Deus” (Is
61,9).
Brilham
como pérolas, mas estão imerso no lamaçal do curral, do chiqueiro,
nos
esgotos
das indústrias, dos
rios poluídos,
pois perderam sua dignidade no mundo, são tratados como nada, de
seus recursos são despojados,
ainda
que pelo direito seja reconhecida a sua cidadania, mas, por injustiça
são tratados como escravos, parecem um bando de fracos, tolos,
dominado pelo reino dos espertos e dos astutos, por
isso, para
que a Verdade se mantenha viva no tempo do Senhor,
em
seus socorros grita
a voz de seu Soberano:
O
Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me consagrou com a
unção para anunciar a Boa-nova aos pobres; enviou-me para proclamar
a libertação aos cativos, e aos cegos, a recuperação da vista;
para libertar os oprimidos e para proclamar um ano da graça do
Senhor”. Depois fechou o livro, entregou-o ao ajudante, e
sentou-se. Todos os que estavam na sinagoga tinham os olhos fixos
nele. Então começou a dizer-lhes: “Hoje se cumpriu esta passagem
da Escritura que acabastes de ouvir” (Lc
4,18-21).
Com os seus estás e estarás todos os dias de todos os tempos.
Missa
verpertina – Quinta-Feira Santa
A
liturgia vem a apresentar ao homem o Cordeiro de Deus, aquele que
tira o pecado do mundo. O Cordeiro é
chamado de Cordeiro pois simboliza no servo, a incondicional
submissão,
a
mansidão, a humildade, ao qual, por não integrar as leituras do
dia, pedimos licença para emprestar a leitura de Isaías que o
descreve com clareza:
Vejam o meu servo, a quem eu sustento: ele é o meu escolhido, nele tenho o meu agrado. Eu coloquei sobre ele o meu espírito, para que promova o direito entre as nações. Ele não gritará nem clamará, nem fará ouvir a sua voz na praça. Não quebrará a cana que já está rachada, nem apagará o pavio que está para se apagar. Promoverá fielmente o direito; não desanimará, nem se abaterá, até implantar o direito na terra e a lei que as ilhas esperam (Is 42, 1-4).
A
liturgia convida o homem para entregar-se à Verdade sem se abater,
sem a malícia, sem reclamar, sem impor, mas tão somente
como
a um cordeiro, com
um coração manso e humilde encandecido pelo amor: “Este mês será
para vós o começo dos meses; será
o primeiro mês do ano. Falai
a toda a comunidade dos filhos de Israel, dizendo: ‘No décimo dia
deste mês,
cada um tome um cordeiro por família, um cordeiro para cada casa”
(Ex
12,2-3).
Assim,
faremos memória ao Cordeiro, pois, a
memória que o homem faz ao cálice do Corpo e do Sangue do Senhor é
a sua fidelidade ao amor e à
Verdade: “Isto
é o meu corpo, que é dado por vós. Fazei isto em minha memória”.
Do mesmo modo, depois da Ceia, tomou também o cálice e disse: “Este
cálice é a nova aliança, em meu sangue. Todas as vezes que dele
beberdes, fazei isto em minha memória” (1Cor
11, 24-25),
porque
a memória de seu Corpo é
a memória da entrega por amor a você, e a memória do seu sangue é,
também, a memória da entrega por amor a você, assim, não olheis
com
piedade para
o sangue físico ou a dor física de
um homem mutilado,
mas olheis com
gratidão para
purificação de tua vida, pela entrega do amor de seu Senhor, que
sendo Deus, se fez como escravo selando
no amor, a aliança humano-divino, purificando-te
no seu sangue:
Que poderei retribuir ao Senhor Deus, por tudo aquilo que Ele fez em meu favor? Elevo o cálice da minha salvação invocando o nome santo do Senhor.É sentida por demais pelo Senhor a morte de seus santos, seus amigos. Eis que sou o vosso servo, ó Senhor, mas me quebrastes os grilhões da escravidão.Por isso oferto um sacrifício de louvor, invocando o santo nome do Senhor: Vou cumprir minhas promessas ao Senhor, na presença de seu povo reunido (Sl 115,1-3).
Por
isso, não tomarás parte com o teu Senhor sem ter um um coração
abrasado de amor, e, não se por como servo, obediente como o Cordeiro,
prostrado aos pés do mundo: “Vós me chamais Mestre e Senhor, e
dizeis bem, pois eu o sou. Portanto, se eu, o Senhor e Mestre, vos
lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns dos outros.
Dei-vos o exemplo, para que façais a mesma coisa que eu fiz” (Jo
13, 13-15).
A
vida está no amor, no amor está a Verdade.
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