Síntese da liturgia
Nesta
semana que passou, testemunhamos um tribunal inteiro ser preso por
corrupção, quando deveriam estar coibindo a corrupção, senadores
no Paraguai, fazem sessão secreta para tirar o direito de escolha do
cidadão, ao passo que deveriam representar o povo, no Brasil, o
Congresso busca meios para calar as investigações para manter o
vício do roubo do dinheiro público, a violência faz vítima uma
criança de 13 anos que estava na escola, a inocência é asfixiada
pela covardia, policiais executam bandidos no meio da rua se
confundindo o que é bandido e o que é polícia.
Diante
de tanta indignidade o que vemos é o mundo nas mãos de poderosos
iníquos que traz na boca a
pergunta: 'O que me dareis se
vos entregar Jesus?' Combinaram, então, trinta moedas de prata”
(Mt 26,15),
e, Deus parece sem voz e sem vez neste meio, ao
mesmo tempo em que o cristão
olha consternado para tanta dor: “Riem
de mim todos aqueles que me vêem, torcem os lábios e sacodem a
cabeça: 'Ao Senhor se confiou, ele o liberte e agora o salve, se é
verdade que ele o ama!' (Sl 21,
8-9).
O
mundo parece definhar nas mãos daqueles que praticam o mal: “Cães
numerosos me rodeiam furiosos, e por um bando de malvados fui
cercado” (Sl 21,17), e Deus parece não querer olhar para este
mundo: Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste? Apesar de meus
gritos, minha prece não te alcança! De dia eu grito, meu Deus, e
não me respondes. Grito de noite, e não fazes caso de mim! (Sl 21,
2-3).
Diante
de tantas mortes, diante de tantos poderes iníquos, que
parecem ter sepultado toda a vida digna fazendo
sobre ela, prevalecer
a covardia, a violência, a ganância, o egoísmo, a astúcia,: “Esta
noite, vós ficareis decepcionados por minha causa. Pois assim diz a
Escritura: 'Ferirei o pastor e as ovelhas do rebanho se
dispersarão.',
No
sentimento de abandono do homem, a
liturgia do Domingo de Ramos, convida o
cristão para afirmar
a certeza no
braço forte de Deus: “Vós,
porém, ó meu Senhor, não fiqueis longe, ó minha força, vinde
logo em meu socorro! Anunciarei o vosso nome a meus irmãos e no meio
da assembléia
hei de louvar-vos!” (Sl 21,
22-23). Restabelecendo em si, a dignidade de filhos de Deus, isto é,
que o cristão
não está ao
desamparo, pois um Deus
ofereceu a sua vida para o salvar:
Isto é o meu corpo. Isto é o meu sangue. Enquanto comiam, Jesus tomou um pão e, tendo pronunciado a bênção, partiu-o, distribuiu-o aos discípulos, e disse: 'Tomai e comei, isto é o meu corpo. 'Em seguida, tomou um cálice, deu graças e entregou-lhes, dizendo: 'Bebei dele todos. Pois isto é o meu sangue, o sangue da aliança, que é derramado em favor de muitos, para remissão dos pecados (Mt 26,25b-27).
Neste
contexto a liturgia vem revelar que Jesus, sendo Deus, sensibilizado pela dor do
homem, amando-o, se faz
homem
para dar
seu alento ao cristão, se tornando o próprio exemplo, mostrando sua
fidelidade diante de tanta desesperança, quando o mundo lhe parecia
por vencê-lo: “mas ele esvaziou-se a si mesmo, assumindo a
condição de escravo e tornando-se igual aos homens. Encontrado com
aspecto humano, humilhou-se a si mesmo, fazendo-se obediente até a
morte, e morte de cruz (Fl
2,7).
E
Jesus sentiu a dor do homem maltratado pelo mundo iníquo: “Jesus
levou consigo Pedro e os dois filhos de Zebedeu, e começou a ficar
triste e angustiado. Então Jesus lhes disse: 'Minha alma está
triste até á morte. Ficai aqui e vigiai comigo!' (Mt
26,37-38). E
mostra ao homem, que mesmo diante da iminência da escuridão da morte,
ele não deve perde sua fé: Jesus foi um pouco mais adiante, prostrou-se
com o rosto por terra e rezou: 'Meu Pai, se é possível, afaste-se
de mim este cálice. Contudo, não seja feito como eu quero, mas sim
como tu queres.' (Mt 26,39). E
ainda, tendo a condição de Deus, se atou à condição de homem,
mesmo sabendo o que teria de sofrer: “Ou pensas que eu não
poderia recorrer ao meu Pai e ele me mandaria logo mais de doze
legiões de anjos?” (Mt 26,53).
Portanto,
ao cristão, amigo de Deus,
lhe resta
resgatar a alegria em seu coração através
da centelha da fé: “Vigiai e rezai, para não cairdes em tentação;
pois o espírito está pronto, mas a carne é fraca.': (Mt 26,41).
pela amizade de seu amigo, que
por ele se entregou, e, assim,
manter firme a esperança
na certeza de sua caminhada com
Deus:
O Senhor abriu-me os ouvidos; não lhe resisti nem voltei atrás. Ofereci as costas para me baterem e as faces para me arrancarem a barba; não desviei o rosto de bofetões e cusparadas. Mas o Senhor Deus é meu Auxiliador, por isso não me deixei abater o ânimo, conservei o rosto impassível como pedra, porque sei que não sairei humilhado(Is 50, 5-7).E ele verá que Deus não o abandonou: “e no meio da assembléia hei de louvar-vos! Vós que temeis ao Senhor Deus, dai-lhe louvores, glorificai-o, descendentes de Jacó, e respeitai-o toda a raça de Israel! (Sl 21, 23b-24).
Música
para a celebração da liturgia Domingo 09 de abril de 2017, missa
das 7:00 horas da manhã PSCJ-Taubaté – Igreja Matriz
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