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Uma leitura do Mundo diante da Pandemia

Sou pequeno como uma célula do Corpo, pois, não tenho vida por mim mesmo, e, se hoje sou capaz de transparecer alguma vida, não é porque há um fenômeno que me torna autônomo, ou, independente, ao ponto de dizer que ela me pertence, nem mesmo me atrevo a dizer: minha vida, longe disso, porque eu, anima, animatus, nada mais represento do que uma semente plasmando-se das gotas das águas regada pelos canais das torrentes das fontes dos pulsares, trazidas pelas chuvas de neutrinos, assemelhando-me às folhas de inverno, movida pelo vento, ou, aos meteoros que se movem pelo espaço.

Isso não se trata de metáforas, nem de uma falsa modéstia, mas de uma apresentação à altura da realidade que devo me enxergar, diante da costumeira soberba desumana, por isso, também, não ouso dizer que estas palavras são minhas, são de domínio público, como efeitos do curso da vida, pois, como célula ou mesmo como um verme [Sl 21 (22), 7], sua mensagem vem reconhecer a intervenção na ação de um vírus, como marco da história da humanidade.
Essa intervenção horrorosa, pavorosa, como encarnação da própria foice da morte, que vem ceifar a cada dia, massivamente, e sem piedade, crianças, jovens, pais, mães, avós, pessoas de todas as idades, no mundo todo, ao ponto de espreitar o homem dentro de seus abrigos, como se colocasse uma faca em sua garganta, obrigando-o a parar todas as suas atividades, tem por efeito, revelar nestes tempos, como registro de intervenção na história da humanidade, a lição de se ver na ação de algo tão microscópico como um vírus, a grandeza dos pequenos.

Se antes já se teve o cuidado de dizer que não se trata de metáforas, agora ao se falar da força dos pequenos, também, não se visa valer-se de retórica através de um jogo de palavras, mas sim, o propósito de se destacar como pequeno, aqueles que no organismo vivo, se equilibram pela harmonia comum, ou seja, suas ações decorrem do impulso renovador da vida cuja força não é a de um, do ego, ou, individual, mas a de todos, como uma partícula de água (H2O) que não vê a si mesma, mas só é enxergarda pela composição de um lago, como um todo, sendo impossível de ser percebida fracionadamente, ou, identificada fracionalmente em cada uma das partículas que o formam.

Assim, o efeito viral da pandemia que se constata atualmente é a de revelar a grandeza dos pequenos, como marca ou  fenômeno de registro da vida como história, como memória da própria vida de se saber reconhecer a sua soberania diante das ameaças que enfrenta.

Trata-se portanto, de uma intervenção na história de todos os tempos, como o resgate de uma espécie de vida, que dentro do organismo vivo, foi denominada de “humanidade”, cujo impulso de vida hoje, a resgatá-la, ou, o pequeno, se faz tão imperceptível, que poderia talvez, ser comparado como milhões de vezes, menor do que esse vírus pandêmico, que apavora o mundo, pois, a vida mantida sob severas cadeias até o presente, em uma assombrosa força que parece neste momento se evidenciar, provocará terror, pois, como, atônitos diante do inacreditável, se pergunta: como uma insignificante vítima, a mais pequenas das formigas, ou, larvas, que foi pisoteada, triturada, de repente, mostra-se mais forte do que qualquer coisa, parecendo dominar a Terra e o Céu?

Essa nova percepção a partir da intervenção histórica a insculpir uma marca do Mundo, espera como revelação, a evidência da verdade pura, que ao longo de todos os tempos, sempre foi a prisioneira da injustiça, que para que seja percebida, precisa ser vista sob um ângulo de inversão, como se estivesse defronte de um espelho, ou, olhando peloretrovisor de um veículo, pois, ela não é o que se costuma aparentar, parece irreal.

Somente após essa concepção é que será possível perceber a visão distorcida da antissociedade de uma espécie mutante destes tempos, chamada de desumanidade, que povoa todo o Planeta, a ponto de se dizer, onde estão os homens, pois, o que se vê administrando a Terra são os desumanos, que o Senador, José Jeffeson Carpinteiro Perez, pouco antes de sua morte, em 2008, se referiu como: “um deserto de homens e ideias”.

Essa espécie mutante, não reconhece a semelhança mantida nas demais espécies de vida, mas as vê como objeto de cobiça a sustentar seu orgulho e egoísmo, se autodeclarando superior, a qualquer dos pássaros, ou dos cães, aos bois, às flores, às nascente, e a qualquer espécie ou sistema vivo que ele se depare, inclusive aos seus da própria espécie, e, por isso, como um ditador, se auto denomina como senhor de todas elas, apropriando-se desordenadamente da vida, como bens próprios a gerar para ele energia de sobrevida, impondo-lhes o jugo da escravidão, ao ponto de nações deles, disputarem a Lua, como próxima anima a ser escravizada, pois, a grandeza das águas lunares, aflorou neles desesperada cobiça.
Assim a intervenção viral ao qual se manifesta no Planeta, como uma pandemia, trata-se de um prenúncio, por sua vez, o segundo, ao pequeno, aquele que parece riso dos homens, fonte de tolices, desprezo do mundo, reverso dos marketings midiáticos que ninguém publica, fala, o cita, cuja anima é ultrajada, maltratada, assassinada, prisioneira da injustiça, pela hipocrisia, astúcia, moeda de troca, conveniência desumana, favorecimentos egoísticos das desumanidades.
Esse fenômeno microscópico que apavora o Mundo, complementa um primeiro prenúncio, no fenômeno também, absurdamente pequeno, chamado pelos desumanos (no sentido de que só aceitam a verdade produzida por ele), de Fast Radio Busts – FRB, que dura 5 milésimos de segundo, e produz energia de 500 milhões de sóis, ou, de 10 mil anos do Sol, como o farol, ou sinaleiro marítimo, a atravessar num relâmpago, os corredores da Via Láctea, pois, primeiro foi observado a 6 bilhões de ano luz, na Constelação de Cão, depois a 3 bilhões de ano luz, em Auriga, quando lá também pode ser visto o pequeno em Capella, lembrando da Aliança com a Humanidade (LUCIO FILHO, 2019), ao revelar a inscrição da Arca, ou Porta, cuja primeira tábua é o Código da Vida composto por um só artigo,  cujo preceito é: "acolher a verdade", como realização da plenitude da Justiça pela justificação.

Depois aproximando-se a 1,5 bilhões de ano luz, e, na sequência, continuando a aproximar-se na incrível visão de Crux, a 500 milhões de ano luz, como se o Céu e a Terra, unidos, estivessem fazendo um sinal da cruz na dimensão do Univeso, com quatro cruzes, pois, num quarto, ou seja a cada 16 dias, é visível ao sul, isto é, na terra, nos ¾ dos demais pontos da cruz, se torna imperceptível, acima (4 dias), à esquerda (4 dias) e à direita (4 dias), e, como uma numa veloz cavalgada, desde 28 de abril último, já pode ser visto dentro da própria Via Láctea.
O pavor dos desumanos se depara com a libertação da verdade, até então, sob os grilhões da injustiça, a revelar-lhe que se haverá um fim para a quarentena, não haverá sentido de vida para a humanidade voltar a seu cativieiro, diante da manutenção dos atos dos desumanos, produzido nas ações da violência, da indiferença, da escravidão, de ações predatórias, cujo interesse ao bem comum e sufragado pelos desgovernos, cujos planos, na verdade, são grilhões chamados de freios e contra-pesos que servem tão somente para sustentar os que se dizem superiores, ou, autoridades democráticas, cuja as ações de efeito comunitário tem por precedência, o favorecimento das conveniências desumanas, egoísticas, e ditadoras, represadas em piscinas que servem os priviligiados.
Sim, a verdade é escândalo, é constrangedora, que traz à lembrança aos homens que a acolhem, o aviso de que ela escandaliza é conselho de ancião, nas palavras tão atuais para estes tempos quando foi dito: “E se alguém escandalizar um destes pequeninos que acreditam, seria melhor que ele fosse jogado no mar com uma pedra de moinho amarrada no pescoço (Mc 9,42), pois, aonde estaria a vida: no reclusão do isolamento fugindo de um discreto vírus, ou, na descarada, atrevida, impudica, impiedade desumana que mantém um grande cativeiro?
A alternativa que se mostrar mais sensata parece ser a de que, ao homem que busca a vida, e não apenas se sustentar pela energia produzida pela escrevidão das forças alheias, como um predador, resta apenas, senão, a escandalizadora verdade, pois sem o doce vinho do verme da conveniência, ela lhe é revelada por duras palavras, pois, melhor a amargor da verdade, reconhecida como virtudes de honra, caráter, humanidade do que a escravidão da carne, que, manipulável, como um sal insosso, é desumana, e não produzindo vida, ou sais, vitais, como foi dito: “É melhor você entrar no Reino de Deus com um olho só, do que ter os dois olhos e ser jogado no inferno, onde o seu verme nunca morre e o seu fogo nunca se apaga. Com efeito, todos serão salgados com o fogo. O sal é bom. Mas, se o sal se tornar insosso, com o que vocês lhe darão sabor (Mc 9,47-50)?
 
É essa pequena, que fez com que muitos fossem chamados de tolos por chorarem por ela, com cantam os Rollings Stones na inspiradora canção Fool to Cry, pois ela sempre foi tratada como prisioneira da injustiça, tão frágil como a mais pequenas das espécies viventes, minúscula perante um gigantesco virus que asfixia, que no entanto é microscópico, ao ponto dos desumanos acreditarem que jamais seria notada.
 
No entanto, agora parece vir a aterrorizar os parasitas, predadores, que clamam para se esconderem em suas casas, e se saírem, somente sob máscara, pois, parece intimidar com seu sal, a salgar com fogo, e ao se aproximar ameaçar a arrancar as máscaras de hipocrisia, das astúcias, dos individualismos, das indiferenças que sufocam a vida pela mentira, de forma a ter de se encarar a verdade, o que parece ser para poucos, pois, presas aos comportamentos virais, ou, redutos de mentira e violência, muitos não resistirão e, a exemplo da massiva mortandade pelo virus, irão sucumbir, pois, se 
tornaram escravos da morte e inimigos da vida.
 
Contudo, o que parece terror, na verdade é alegria, pois, a mãe já não se lembra mais da dor do seu parto, diante de tanta alegria pela nova vida, a vida que tem cidadania e dignidade, que agora, por mais que se pareça um sonho, é a realidade do presente inscrita na História do Mundo, como uma vida que se faz renascer, a compor o testemunho do Acervo Cultural da Humanidade, que é sagrado por conter a Verdade e, por isso, recebe o nome de Bíblia, pois, é uma biblioteca que registra o testemunho da amizade entre o homem e Deus, que o resgatou da morte, quando por milênios, era cativo, sob a escravidão dos desumanos.
 
O cuidado que se deve ter portanto, é do risco de se morrer de vergonha ao se perder a máscara, pois, ela está sendo tirada revelando a força do ínfimo, e a vida já assume a sua majestade, agora sustentada pela verdade, e tudo o que vive, bebe das torrentes desse manancial, como canal único, caminho a ligar à fonte da vida, e quem não bebe dessa fonte, já está morto, uma vez que não é amigo da vida.


Fool to Cry



Comentários

  1. Parabéns! Excelente texto! Que os homens aprenda a ser humanos de verdade, assim como a palavra de Deus ensina.

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