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Reciprocidade: reconhecendo a própria dignidade


O homem decidiu seguir seu próprio caminho, cercou-se da certeza das ciências, assim, para ele, tudo passou a ser questão de planejamento, estratégia, sente-se dominador e dono de seu próprio destino. Mas, seu Juízo é limitado, embora cheio de conhecimento tantas vezes se vê na escuridão, perdido em seu rumo: “é verdade que existe uma crise econômica, uma crise cultural, uma crise da fé, mas no fundo é a pessoa humana a estar em perigo” (Papa Francisco).
Deus, ao ver o homem entregue à morte, tem seu íntimo abalado, porque sofre como um pai que perde um filho, ou, como uma mãe que perde um filho, pois, seu amor por nós é incondicional, desde que Deus é Deus amou você, por isso, a sabedoria de Deus trazida pela liturgia do 26º Domingo do Tempo Comum, convida o homem para um caminho seguro, abraçando reciprocidade.
A reciprocidade é a vivência do Amor, que produz o milagre da vida como o antídoto para o veneno da serpente que mata o homem, e quando esse Amor se estabelece entre Deus e o homem, há uma total comunicação de sentimentos, em que Deus e o homem produzem entre si, a troca recíproca do amar, do querer o bem: “é benevolência; suscita a reciprocidade; é desinteressada e liberal; é amizade e comunhão” (CAT nº. 1829).
A reciprocidade, por primeiro, se inicia com a relação de Amor entre Deus e o homem: “Ele nos amou primeiro” (1Jo 19,4), porque ninguém pode dar aquilo que não tem, e o homem ao acolher esse Amor, tem seus olhos aberto para reconhecer Deus como Pai: “DEUS, RICO EM MISERICÓRDIA é Aquele que Jesus Cristo nos revelou como Pai e que Ele, seu próprio Filho, nos manifestou e deu a conhecer em Si mesmo” (João Paulo II – Dives in Misericordia).
Portanto, a reciprocidade se inicia com a comunhão entre Deus e o homem, cuja a graça se manifesta no coração humano gerando nele a capacidade de reconhecer o Amor incondicional do Pai por cada um de seus filhos: “nisso os olhos dos discípulos se abriram, e eles reconheceram Jesus” (Lc 24,31), e, o coração do homem, cheio de amor, carrega em si a necessidade e vontade de amar Deus sobre todas as coisas.
O segundo pilar da reciprocidade está na relação entre o homem e seu semelhante, que se inicia com o reconhecimento da dignidade do próximo como filho de Deus, fazer ao próximo o que gostaria que fizesse a si mesmo, não é um tratamento pessoal, mas é a consequência da partilha do Amor recebido do Pai, ou seja, do Amor que o Pai me dá eu reparto contigo, pois, a grandeza da graça de Deus é abundante demais para permanecer em um coração só, ela precisa ser partilhada, pois, representa a Vida que está em toda a criação.

Cantos para a missa do 26º Domingo do Tempo Comum – Ano A

Canto de Entrada: A ti meu Deus – Frei Fabreti
Ato penitencial: “Pelo irmão que não amei” Pe. Pedro Brito Guimarães
Aclamação: Aleluia, aleluia, aleluia, aleluia: Minhas ovelhas escutam minha voz. Minha voz então elas a escutar. Eu conheço, então, minhas ovelhas, Que me seguem, comigo a caminhar!
Apresentação das Oferendas. No teu altar Senhor. Ir. Miria Kollings
Comunhão: Eu vim para que todos tenham vida. Pe. José Weber
Final: Cristo entrou em minha vida Dunga

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