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Criando sentido para os tempos


Compreendendo o sentido da Vida nos tempos


Qual é o sentido que os dias trazem para a tua vida? Você é capaz de perceber o sentido das coisas acontecendo em tua volta? Diante dessas questões esse texto vem apresentar alguns fenômenos que fazem parte do nosso cotidiano, ou seja, acontecem a nossa volta, mas nós nem nos damos conta.

Parece coisa sem importância, mas a percepção do ambiente em que se vive é fundamental para que o homem possa se orientar e dirigir sua vida, é a partir dela que ele pode dizer que sua vida tem sentido e a vivê-la intensamente, a exemplo da súplica do Salmo 89 (90) que diz: “ensinai-nos a contar os nossos dias e dai ao nosso coração sabedoria” (Sl 89, 121), e, sem ela, ele passa a vida perambulando por suas nuances, dizendo que só quer ser feliz!

Feitas essas considerações, voltamos ao propósito de nosso texto, o de abordar a criação da percepção do que está acontecendo a nossa volta, mas, para isso, se faz necessário, com os pés no chão, olharmos para o horizonte e ver para onde estamos indo (Lc 14,282).

Partindo o olhar do presente para o futuro, claramente em algum ponto do horizonte, vamos nos deparar com uma grande e feroz catarata, mais violenta que a Foz do Iguaçu ou a do
Sidney Tsunami
Niagara, ao qual, somos carregados pelo tempo, e, a natureza nos obriga a passar. É uma passagem crucial (SEPER e HAMER, O.P., 1979)3, não há escolha, não há como voltar, há somente caminhos a se escolher para essa passagem.

E para escolher esse caminho que está totalmente fora do domínio humano, precisamos trazer ao coração novamente a súplica: “ensinai-nos a contar os nossos dias e dai ao nosso coração sabedoria (Sl 89,124), pois, diante da pobreza de sentido do calendário civil, resta-nos valer dos Tempos Litúrgicos, como tempero de sentidos para a nossa vida.

Recentemente celebramos o Natal, depois, o Ano Novo, mas, muitas pessoas não trazem em si o sentido do Natal, e atribuem para as suas vidas o vazio da mera celebração do aniversário de alguém, ou, um feriado cristão, ou mesmo, uma oportunidade de confraternização e trocas de presentes e, o Ano Novo, como o salto do ano velho (frustrado) para uma ano melhor.
Ciclo de Natal
A vida é mais intensa do que isso, ela tem mais sabor, pois, o Natal é o ápice do Ciclo de Natal, dentro do Tempo do Advento, precedido por um período da preparação para um reencontro com a Sabedoria5, se inicia no dia 25 de dezembro, com a celebração da visita de Deus à Terra, cujo caminho da Vida aponta para a vivência da Palavra que diz “santificado seja o vosso Nome6”, revelando em cada um, a proximidade de Deus, gerando a experiência de ser amado, na simplicidade de Deus ser reconhecido como o próprio homem, através da figura de um Filho de Homem7, de um irmão, de um Pai, ou, de um amigo8.

O Ciclo segue na semana seguinte com a celebração da Mãe de Deus, completando o caminho que, diante do dom da disponibilidade, o dom do “SIM”, marca do Cordeiro, aponta para a vivência da Palavra que dizseja feita a vossa vontade9”, levando-nos a compreender que o nosso coração deve ser resiliente à Vontade de Deus.

A celebração da manifestação de Deus ao mundo, a Epifania10,  avança o Ciclo de Natal, e, nestes tempos, cuja misericórdia se deu recordando com seu povo a sua aliança com Israel11, ao realizar as promessas do tempo da visita de Deus na Terra, através da realização da Palavra que revela os grandes sinais no céu, como os FRBs (rajadas rápidas de rádio)12, os falsos profetas13, os grandes terremotos e a fome no mundo14, trazendo no coração daqueles que são amigos de Deus, a certeza de que Ele faz parte da história de cada um15, e através da realização de suas promessas nos fenômenos do mundo, revela-se a sua fidelidade à aliança, “conforme prometera aos nossos pais em favor de Abraão e de sua descendência, para sempre” (Lc 1,55)15.

Com o fim do Ciclo de Natal, e respectivamente do Tempo do Advento,  pela celebração do Batismo do Senhor, inicia-se o Tempo Comum, cuja Liturgia está centrada no Ministério Público de Jesus, cujo sentido se volta para revestir-se do Amor16, que é Deus, esse mandamento é que dá o sentido do Batismo, iniciando a imitação do Senhor, ligando cada um a um Caminho, cujo resultado é a Vida, o viver intensamente, não se esperando ser feliz, mas, alcançando a abundância da alegria, pois, a alegria do Senhor é a nossa força17.
A misericórdia de Deus vem revelar-nos o Reino dos Céus através de fernômenos incríveis, que diante da certeza da fidelidade de Deus à Aliança feita aos nosso pais, não podemos nos afastar dos sentidos abrindo-nos para a experiência de nos deixarmos ser amados. 

 
3SEPER, Francisco Cardeal. Cartas sobre algumas questões a respeito da Escatologia. In Sagrada Congregação para a Doutrina da Fé, Roma, Itália. Disponível em <http://www.vatican.va/roman_curia//congregations/cfaith/documents/rc_con_cfaith_doc_19790517_escatologia_po.html>. Acesso em 12 jan. 2018.

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