Quantas
pessoas nós encontramos a cada dia, e que participam de nossas relações
sociais, algumas trazendo alegrias, outras preocupações, outras
tristezas. Ao mesmo tempo, quantas pessoas passam ao nosso lado sem
nos damos conta da existência delas?
Esses
encontros com pessoas conhecidas, ou, desconhecidas, produzem em nós
um sentido, uma história, como nas experiências de uma viagem, de
uma formatura, de um casamento, da conquista de uma vitória, cujo
índice dessas experiências vividas é que vai compor a memória e
trazer as lembranças, ou, a saudade, é a imagem do ser.
Se
ela tem essa importância, qual é a força da tua imagem para
alguém, e, qual é a força da imagem de alguém produzida em você?
Somos esquecidos rapidamente, como também, esquecemos dos outros?
Vivemos
em um tempo em que é produzida uma infinidade de imagens de todos os
tipos, de mendingos a superstars, de crianças a idosos, de
honestos a defraudadores, de trabalhadores a salteadores, de
pacificadores a sanguinários, de miseráveis a ultra-milionários,
são tantas imagens do ser, que ultrapassam a nossa capacidade de
transformá-las em experiências, e, correm aos nossos olhos cada vez
mais fracas, sem forças.
O
excesso de imagens saturam os sentidos causando muitas vezes a
indiferença, e o seu efeito de insignificância, tornam as pessoas
reclusas em si mesmos, e não olham para fora, se estão em um
ambiente público, não conversam, não interagem, permanecem
isoladas, introspectivas, ocupadas, como que fugindo para uma toca,
escondem-se atrás do seu dispositivo móvel, isto é, os
smartphones.
A
imagem de cada um, passou a representar muito pouco para o outro, ao
se constatar no cotidiano, as vítimas de violência, de covardia, de
homicídios, de abusos, que, se relatada em qualquer outro momento da
história antecedente, as barbáries
seriam inacreditáveis.
A final, qual é a imagem que devemos
realmente guardar daqueles que fazem parte da nossa existência,
tanto daqueles que estão ao nosso redor, como os que passam
rapidamente pela nossa vida?
Para
tentar responder essa
questão, não
há como olhar para as tecnologias que embora dotadas de registros e memórias magnéticas, as referências são líquidas
e não guardam lembranças,
por isso, é necessário voltarmos
ao começo da história humana,
nos
valendo
das experiências
bíblicas, que nos
apresenta a relação de
afeto entre o homem e
Deus.
Contudo,
no início,
a referência humana a Deus
nessa relação,
não
se deu sobre a sua
Imagem,
mas, sobre a Lei, como
representada
no diálogo de
Moisés, quando
ele
pediu que lhe referenciasse
ao menos, o nome do Deus dos antepassados de Israel, e foi lhe
atendido com a resposta “Eu Sou” (Ex 3,14), cuja
efetividade dessa relação, se deu pela
referência da obediência
aos mandamentos.
Essa
referência na Lei permaneceu por mais de 1.500 anos, sem
que o homem pudesse ter um referência de visual ou percepcional de Deus
(Ex 20, 4), por
isso, a obediência à Lei se
realizou apenas pelo culto, e não, pela prática, embora
preso ao legal, o homem afastou-se do justo, até
que se sucedeu a visita de Deus à Terra.
A
partir daí, Deus ao se fazer
homem, constituído de carne como o próprio homem, o
Deus Conosco, para que o homem vivesse
efetivamente, livre da Lei morta
pela prática que
completa o sentido, resumiu
toda a Lei em apenas dois preceitos: amar a Deus sobre todas as
coisas, e, amar o próximo como a si mesmo (Mt
22,40).
E,
para que o coração do homem
criasse o sentido de seu
papel na sua relação com Deus,
o Deus Conosco, referenciou
Deus com uma
Imagem humana, e, o homem, com
uma imagem Divina.
Diante
dos mais de três mil anos de tradição judaica, presos
à Lei, jamais
os amigos de Deus puderam ter uma referência com a imagem de Deus,
ainda
que sendo
eles Juízes, Profetas e
Reis (Lc 10,24,), e a partir da visita de Deus à Terra, foi dado à
humanidade
como presente, a
imagem humana de Deus:
“vede
que grande presente de amor o Pai nos deu: de sermos chamados filhos
de Deus! E nós o somos” (1Jo
3,1)!
Ao
homem foi revelado a imagem de
Deus como
o rosto humano de um Pai: “ninguém
conhece quem é o Filho, senão o Pai; ninguém conhece quem é o
Pai, a não ser o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar”
(Lc
10, 22),
formando no coração de cada
um,
a
experiência material do Amor de Deus através da
referência paterna,
que ama incondicionalmente seus filhos (Lc 15, 11-32), pois,
todos, tendo nascidos de um pai, possuem em si a experiência
do seu amor e proteção, para que dessa forma, possam também amar a
Deus sobre todas as coisas ao
se
deixarem
ser amado por Ele, isto é, o homem ao invés de
continuar
a
cultuar uma lei
distante da
justiça,
passa, através
da sua própria experiência pessoal, a
ter o amor ao seu alcance, guardado como tesouro no cofre de seu
coração, libertando-se
da letra morta da lei para experimentar
um
mandamento vivo.
Créditos Pixabay:Marmaladelane |
Não considerando suficiente, Deus
em
um
ato de amor imensurável que
justificou
aos
céus a dignidade da
humanidade, foi ao encontro de seus amigos, e,
sendo Deus, se fez reconhecer entre eles como homem, permitindo a
cada um deles construir a imagem de Deus no rosto humano:
“façamos
o homem nossa imagem e semelhança” (Gn 1,26),
revelando-se
não só aos
olhos daqueles que O viram quando Ele visitou a Terra, mas, também,
até
os dia de hoje e,
por toda a eternidade, ao se deixar ser reconhecido
no
rosto de cada um:
“eu
estava com fome e me destes de comer; eu estava com sede e me destes
de beber; eu era estrangeiro e me recebestes em casa; eu estava nu e
me vestistes; eu estava doente e cuidastes de mim; eu estava na
prisão e fostes me visitar.
Em verdade eu vos digo que, todas as vezes que fizestes isso a um
dos menores de meus irmãos, foi a mim que o fizestes”! (Mt
25,35-36.40).
Portanto,
Deus
se fez humano, para que você jamais se sinta só pois,“enviou
aos vossos corações o Espírito de seu Filho, que clama: ‘Abbá’,
Pai!” (Gl 4,6),
e, a referência do teu
coração O
reconheça naqueles que te cercam durante a toda
a tua
existência, seja
aqui ou na eternidade,
amando-o de todo o teu coração ao amar
o teu próximo
como a ti mesmo.
A
imagem do natal que resplandece
em teu ser para os homens é
Jesus, que
sendo Deus permitiu que você veja no homem a imagem do próprio Deus, e, os outros, O
vejam também, como homem em você, concedendo a dignidade divina à
humanidade ao revelar a santidade de Deus na imagem de Pai amoroso.
Ele
está
em
ti
da mesma forma que você está
nele, seja consciente desta dignidade.
Feliz
Natal a
você, ou devo dizer, Feliz Natal Jesus!
Jesus rosto divino do homem, rosto humano de Deus! Que o meu coração, que se dispõe a morada de Deus, é minha alma que busca o encontro pleno com Deus te reconheça no Amor, e assim juntos sejamos muito feliz nesse renascer.
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