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Encontrando um sentido para a vida



A magia do olhar que nos envolve, ter o dom de perceber o milagre da vida que cresce ao nosso redor, ver a beleza da vida nas pequenas coisas e criando um grande sentido para si, uma gota que cai, o orvalho da chuva, o brilho do sol, o azul do céu, o alimento na mesa, a água que sacia a sede, são pequenas coisas que circundam o nosso mundo, e esses grandes milagres parecem nada aos nossos olhos, pois, perdemos a capacidade de interagir com o ambiente em que vivemos.

O mundo leva-nos a nos impressionar apenas com o novo, e, aquilo que já foi vendido, deve ser tratado como obsoleto, assim, criamos a espectativas de nos supreender com o novo filme, com o novo modelo de carro, com nova praticidade da comida rápida, como o último modelo de smartphone, e, aquilo que já possuímos, ou já vivenciamos, que deixou de ser novidade, já não produz interação com o nosso meio, e colocamos de lado, ou, descartamos: “pois a criação ficou sujeita à vaidade, não por sua livre vontade, mas por sua dependência daquele que a sujeitou (Rm 8,20).
Diz a sabedoria do Eclesiastes que nada há de novo debaixo do sol, e ela nos convida a ver a sabedoria daquilo que está ao nosso redor sem a expectativa do novo, mas da realidade presente:quem tem ouvidos, ouça (Mt 13,9)!” Na simplicidade das coisas que compõe o universo que nos circunda: “é assim que preparais a nossa terra: vós a regais e aplainais” (Sl 64,11).
Um mundo que vive na expectativa do novo não percebe a grandeza da vida que está ao seu redor: “é por isso que eu lhes falo em parábolas: porque olhando, eles não vêem, e ouvindo, eles não escutam, nem compreendem” (Mt 13,13), seus fundamentos são frágeis como a planta sem raiz, as coisas que fazem parte do nosso meio parecem já não produzir sentido, em um processo como o do ébrio que só se contenta com um novo gole, e logo depois, passa a desejar um novo.
Os dias parecem se tornarem rotina, a comida parece enfastiante, a vida em família parece sem graça, sem o novo, tudo se torna tédio: “com efeito, sabemos que toda a criação, até ao tempo presente, está gemendo como que em dores de parto” (Rm 8,22), e desprezamos a grande graça da disponibilidade que Deus nos concede dentro do universo, movido pelo tempo dentro do espaço, e jogamos nosso tempo fora, desprezamos momentos de milagres intensos julgando, como ingratos, que nossa vida não vai bem: “eu entendo que os sofrimentos do tempo presente nem merecem ser comparados com a glória que deve ser revelada em nós” (Rm 8,18).
Somos convidados a interagir com nosso meio: “por que tu falas ao povo em parábolas (Mt 13,10)?Como a planta que reaje à luz do sol, como as nuvens que reagem ao sopro do vento, como a água que mantém sua consistência para a vida: “como a chuva e a neve descem do céu e para lá não voltam mais, mas vêm irrigar e fecundar a terra, e fazê-la germinar” (Is 55,10), pois, só assim, abrimos nossos ouvidos para escutar e nossos olhos para enxengar, e firmamos dentro de nós a força da Palavra que produz a vida em meio a aridez do deserto: “assim a palavra que sair de minha boca: não voltará para mim vazia; antes, realizará tudo que for de minha vontade e produzirá os efeitos que pretendi, ao enviá-la” (Is 55,11).

Músicas para a celebração da liturgia do 15º Domingo do Tempo Comum - Ano A - 16 de julho de 2017, missa das 7:00 horas - PSCJTaubaté – Igreja Matriz

Canto de Entrada: Boa Semente (Horizontes). Ela é uma semente, cairá no meio da gente….
Ato Penitencial: Perdão Senhor pelas vezes que sufocamos vossa Palavra. Casemiro Vidal Nogueira.
Aclamação ao Evangelho: Semente de Deus é a palavra: Lecionário/Regionaldo Veloso.
Apresentação das Oferendas: Quando o trigo amadurece. Ir. Maria do Carmo S. Ramos
Canto de Comunhão: Vem comigo à minha mesa. J. Tomas Filho e Irm. Miria Kollings
Canto Final: Rainha da Paz. D.R.

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