Um
Deus que se mostra pequeno, e se faz submisso, sob uma Verdade que se
torna refém da injustiça, se faz vítima, não pela sua fraqueza,
mas, apresenta sua fragilidade na grandeza do amor, do amor à
humanidade, que não lhe retribui com amor, mas com desdém, lhe
ofende, que lhe fere até a morte, mas, Ele não renunciou ao seu
amor pelo homem, continou amando, amando até o
fim: “dai
graças ao senhor, porque ele é bom! Eterna
é a sua misericórdia” (Sl
117).
Compreender
e acreditar nisto não é uma opção humana, não é um exercício
intelectual para se formar a razão, não é uma escolha de ideias,
mas é a graça dada àqueles que renasceram pelo próprio Cristo,
pois, “todo o que crê que Jesus é o Cristo, nasceu de Deus, e
quem ama aquele que gerou alguém, amará também aquele que dele
nasceu (1Jo 5,1).
Quem
vive pela graça, ama sem ver: “bem-aventurados
os que creram sem terem visto (Jo
20,29b)! Pois,
o coração reconhece a Verdade e a Ela se torna submisso e fiel:
“pois isto é amar a Deus: observar os seus mandamentos. E os seus
mandamentos não são pesados” (1Jo 5,3), formando um só coração
e uma só alma: “a multidão dos fiéis era um só coração e uma
só alma. Ninguém considerava como próprias as coisas que possuía,
mas tudo entre eles era posto em comum” (At 4,32).
Na
comunhão do coração é possível se alcançar o Reino de Deus,
deparando-se com um Reino que só pode ser visto, constatado e vivido
pelo coração, não se desenhando na órbita do material e do
físico, por isso, ele e constituído pela pedra angular, como um
contra-senso, se torna a pedra que é rejeitada pelo mundo, porque
este, endeusa o universo pelas imagens, substitui a fé pelas
aparências, por aquilo que se pode ver e tocar, perdendo sua
comunicação com os sentidos, ao
passo que aqueles que guardam sua fé, mantêm-se
em comunhão, e testemunham maravilhas:
“a pedra que os pedreiros rejeitaram, tornou-se agora a pedra
angular. Pelo Senhor é que foi
feito tudo isso: que maravilhas ele fez a nossos olhos! ”
(Sl 117,3).
Dai
graças ao Senhor, porque ele é bom! Eterna é a sua misericórdia.
Texto baseado na liturgia do 2º Domingo da Páscoa, Ano B.
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