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Mostrando postagens de setembro, 2017

Reciprocidade: reconhecendo a própria dignidade

O homem decidiu seguir seu próprio caminho, cercou-se da certeza das ciências, assim, para ele, tudo passou a ser questão de planejamento, estratégia, sente-se dominador e dono de seu próprio destino. Mas, seu Juízo é limitado, embora cheio de conhecimento tantas vezes se vê na escuridão, perdido em seu rumo: “é verdade que existe uma crise econômica, uma crise cultural, uma crise da fé, mas no fundo é a pessoa humana a estar em perigo” (Papa Francisco). Deus, ao ver o homem entregue à morte, tem seu íntimo abalado, porque sofre como um pai que perde um filho, ou, como uma mãe que perde um filho, pois, seu amor por nós é incondicional, desde que Deus é Deus amou você, por isso, a sabedoria de Deus trazida pela liturgia do 26º Domingo do Tempo Comum, convida o homem para um caminho seguro, abraçando reciprocidade. A reciprocidade é a vivência do Amor, que produz o milagre da vida como o antídoto para o veneno da serpente que mata o homem, e quando esse Amor se est

A era da incerteza

Os tempos presentes representam um mundo de incertezas, em que a fé foi relegada a algo secundário, pois o homem cheio de sua ciência, repudia a fé, porque ele, ao descobrir o conhecimento multiarticulado, ou, visão sistêmica, ou ainda, visão holística, passou a crer que tudo e relativo, isto é, nenhuma verdade é definitiva. Esse pensamento revela um espírito reducionista porque o homem não teve a sabedoria de reconhecer que os sistemas se articulam a partir de princípios sólidos, e, ele preso às teorias reducionistas da física, preferiu chamar de incerteza diante da visão multiarticulada porque os sistemas já não se encaixavam nas fórmulas de certezas, exigindo as probalidades nas resoluções de suas equações. Chamando de “era da incerteza” passou a considerar o mundo como algo líquido, ou seja, que não tem mais uma estrutura de verdade, de real, mas, onde, de acordo com essa teoria, tudo é relativo, e tudo muda, renegando acolher a Verdade Única, e preferindo r

Celebrando a humanidade

Falar em perdão, parece ser muitas vezes, uma palavra hipócrita, porque o homem pode até admitir com os lábios, mas em boa parte das vezes, o coração continua a guardar a dor da ofensa, e de repente o homem se vê rememorando todos os atos que disse já ter perdoado, como nas palavras de Maquiavel na obra o Príncipe: “o homem esquece mais rapidamente da morte de seu pai, do que da dívida de alguém que lhe deve”. Perdoar é uma consequência do amor com Deus, se o amor a Deus estar no homem, tem também como resultado, o perdão, porque sem o amor a Deus, não há como amar o próximo e, muito menos, aquele próximo que ofende quem deve perdoar. Por isso, Deus se coloca à frente revelando ao homem a sua misericórdia, sem querer ao mesmo tempo, que ela seja vista apenas como uma qualidade sua para que o homem tente imitá-lo, mas, como um propósito comum de amizade entre Ele e o homem, ou seja, a reciprocidade do amor. “ A caridade tem como frutos a alegria, a paz e a misericór

A virtualização sacrifica a socialização

Vivemos uma sociedade em que predomina as relações virtuais, sim, parece exagero, mas, priorizamos as nossas relações sociais a partir da comunicação por aparelhos, citarei um exemplo de um fato que mostra bem isso, que ouvi um de uma palestrante sobre o relacionamento  dela e sua filha: a filha chegava em casa, mal falava com a mãe e os demais membros da família, ia para o seu quarto e lá ficava isolada, até que um dia, ela foi viajar e permaneceu um tempo no  exterior, e, a família passou a utilizar a comunicação virtual para falar com ela, e segundo a mãe, gerou uma comunicação muito mais intensa do que a presencial, ou seja, mãe e filha não largavam seus smartphones, e dizia a mãe, hoje, a distância, tenho muito mais diálogo com a minha filha do que tinha quando ela estava dentro de casa, ou seja, o vitual criou uma falsa sensação de socialização. Mas, diferente dessa experiência, os sentidos da vida se dão por uma dimensão que envolve o espaço (ambiente, local físico, material

Alinhar o pensamento lúcido

Seduziste-me, Senhor, e deixei-me seduzir; foste mais forte, tiveste mais poder. A sedução de Deus se dá com a Graça de fazer o homem reconhecer, de fato, a grandeza de um Pai que cuida de seus filhos: “para mim fostes sempre um socorro; de vossas asas à sombra eu exulto” (Sl 62,8)! Deus seduz o homem com manjares que saciam a vida, na segurança, na fartura e na justiça, até que o homem, se deixe seduzir, isto é, saciado fartamente pelo Amor do Pai, incline o coração para uma causa, a causa da alegria suprema da vida, a causa do Amor, a causa da bondade, fraternidade e da justiça que pode ser definida em uma única palavra, o dizer SIM a Deus: “a minh'alma tem sede de vós, minha carne também vos deseja, como terra sedenta e sem água” (Sl 62,2b)! A sedução de Deus tem um passo inicial, a fraternidade, pois é através do próximo visível a si, que o homem consegue materializar o amor pelo Deus invisível, é, através do próximo, que se reconhece o amor de Deus, a certez