Pular para o conteúdo principal

Ai de mim, estou perdido, vi o Senhor dos Exércitos

Esta semana recebi uma mensagem pelo WhatsApp de alguém preocupado com o meu bem estar e dizia assim:

Que a Paz de Cristo, o Amor de Maria e o Carinho de São José estejam com você!
MISSA DE CURA! Procure não rompê-la,
se não puder mandar, avise-me…
você vai ver o que vai acontecer no 4° dia de a ter recebido...

Embora feliz pelo carinho, essa mensagem me incomodou pois, pareceu-me que ela trata de uma forma com que o homem quer se tornar deus, pois, veja que a mensagem diz: procure não rompê-la, e…., você vai ver o que vai acontecer no quarto dia de a ter recebido, isto é, o homem articulando com seu pensamento que se agir de determinada maneira, no caso fazendo a novena e as orações seguindo determinado rito, provocará a reação de Deus no quarto dia, ou seja, como se tivesse descoberto a forma de Deus pensar, conseguindo ver os pensamentos de Deus e com isso, submeter Deus exatamente como está pensando, isto é, vendo Deus, articula para manipular Deus para que o atenda como ele espera ser atendido e não o que Deus espera dele. Em outras palavras o senhor é o noveneiro e Deus o Servo. Lembrei-me então que meus pensamentos estavam vindo dos pensamentos da passagem de Isaías (Is 6,5) que diz assim:
5 Então eu disse: “Ai de mim, estou perdido! Sou homem de lábios impuros e vivo no meio de um povo de lábios impuros, e meus olhos viram o Rei, Senhor dos exércitos”.

Não somos dignos de ver Deus e o justo vive pela fé (Hab, 1,4), assim, devemos viver os ritos dos sacramentos, fazer novenas, não para que Deus atenda a nossa vontade particular, mas para reviver nossa aliança de amizade com ele e jamais percamos a nossa dignidade de filhos que é estabelecida no momento que nós reconhecemos o seu amor por nós: Provai e vede como Deus é bom, feliz de quem em seu amor confia. E se reconhecemos esse amor ao ponto de dizer Abba Pai, nos prostramos ao seus pés para que em sua infinita misericórdia nos dê a graça de servi-lo, pois somos serviços inúteis (Lc 17,10b). Acredite que você é amado e muito amado por um Pai que é perfeito. Acredite no amor, acredite na misericórdia, não perca essa dignidade e estarás seguro e compreenderá que a vontade particular já não importa mais, pois a vontade de Deus é como o perfume que sacia a sua alma e tudo torna perfeito ao teu redor.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

O Uso do Projetor Multimídia ou Datashow nas Celebrações Litúgicas

Laurentino Lúcio Filho 1 Na praxis cristã , a Igreja em sua caminhada litúrgica se depara nos dias de hoje com os novos recursos para a divulgação da Palavra. Aqui em especial o destaque é para o recurso mediático do computador que acoplado ao um projetor, divulga mensagens aos fiéis nas celebrações litúrgicas. Sobre esta nova tecnologia vale a inspiração da Instrução Pastoral Communio Et Progressio de 1971, § 126: “ Cristo mandou aos Apóstolos e seus sucessores que ensinassem 'todas as nações', que fossem 'a luz do mundo', que proclamassem o Evangelho em todo o tempo e lugar. Do mesmo modo que Cristo se comportou, durante a sua vida terrestre, como o modelo perfeito do 'Comunicador', e os Apóstolos usaram os meios de comunicação então ao seu alcance, também o nosso trabalho apostólico atual deve usar as mais recentes descobertas da técnica. De fato, seria impossível, hoje em dia, cumprir o mandato de Cristo, sem utilizar as vantagens of...

A Mãe no gênero epiceno

Em tempos de pandemia em que a morte vem diariamente rondar a casa de cada um, nos deparamos com algo que faz parte desse cotidiano no momento, a dor e o pavor que todos nós temos da morte, como disse Mário Sérgio Cortella, em uma de suas muitas entrevistas, que: o homem se consola com a morte, mas, jamais se conforma com ela, porque a razão desse inconformismo parece-nos ser revelada nestes tempos de massiva mortandade como surgida pelo dom da matern idade , ou da natureza de ser mãe, criando fissuras no termo como de gênero femini n o para mãe se tornar um termo epiceno, isto é, apropriado para designar o medo da morte causado pelo dom materno seja no homem ou na mulher . Para melhor se entender esse dom materno, trazemos aqui uma comparação feita em 08 de maio de 2005, segundo domingo e dia das mães, em uma homilia dominical, presidida pelo padre e psicologo Pe. Aurélio Pereira, scj, cuja força de suas palavras soou como um trovão a arrebentar o peito, e me deixar sem chão...

Uma leitura do Mundo diante da Pandemia

Sou pequeno como uma célula do Corpo, pois, não tenho vida por mim mesmo, e, se hoje sou capaz de transparecer alguma vida, não é porque há um fenômeno que me torna autônomo, ou, independente, ao ponto de dizer que ela me pertence, nem mesmo me atrevo a dizer: minha vida, longe disso, porque eu, anima , animatus, nada mais represento do que uma semente plasmando-se das gotas das águas regada pelos canais das torrentes das fontes dos pulsares, trazidas pelas chuvas de neutrinos, assemelhando-me às folhas de inverno, movida pelo vento, ou, aos meteoros que se movem pelo espaço. Isso não se trata de metáforas, nem de uma falsa modéstia, mas de uma apresentação à altura da realidade que devo me enxergar, diante da costumeira soberba desumana, por isso, também, não ouso dizer que estas palavras são minhas, são de domínio público, como efeitos do curso da vida, pois, como célula ou mesmo como um verme [Sl 21 (22), 7], sua mensagem vem reconhecer a intervenção na ação de um vírus, com...